Companhia de Dança Amy Marshall estreia, em Outubro, peça inspirada em Macau
Marés de mudanças coreográficas Coreografias de um território em movimento
Marés de mudanças coreográficas Coreografias de um território em movimento
O Centro Cultural de Macau (CCM) vai apresentar a Companhia de Dança Amy Marshall (CDAM) de Nova Iorque no dia 18 de Outubro, mas o enfoque central do espectáculo de dança moderna não são as peças norte americanas, mas antes uma muito particular criada por duas coreógrafas de Macau e uma de Nova Iorque. “Marés da Mudança” é o nome da nova coreografia inspirada em Macau que foi conjuntamente coreografada por Amy Marshall, Stella Ho e Candy Kuok, duas bailarinas seleccionadas durante o Programa de Intercâmbio Coreográfico “Dançar até Nova Iorque” providenciado pelo CCM.Na sequência de um trabalho em prol do desenvolvimento da dança no território, o CCM lançou este programa coreográfico no início de Março. Na altura, Amy Marshall esteve no CCM para uma audição, escolhendo as bailarinas mais qualificadas, que viajaram depois até Nova Iorque durante o mês de Agosto, ingressando num programa de formação e criação coreográfica de três semanas com a CDAM. Foi aí que também trabalharam com a directora artística da companhia em “Marés da Mudança”, o novo projecto comissionado pelo CCM que agora terá estreia absoluta no palco do Centro Cultural.
Fonte de inspiração
A coreografia, que tem como fonte de inspiração a cidade de Macau, vai incidir artisticamente sobre dois pontos centrais: a diversidade cultural do território, com a sua fusão de crenças e tradições orientais e ocidentais, e o recente “boom” urbanístico, com a sua galopante profusão de casinos e empreendimentos. A peça também vai beber às memórias de infância das coreógrafas chinesas e a ligação ao “velho Macau”, e incorpora ainda as impressões com que a coreógrafa norte americana tem ficado de Macau.Para além de “Marés da Mudança”, a CDAM vai apresentar um repertório de quatro peças em Macau: “Fogo da Pomba” descreve o julgamento de Joana d’Arc e o seu momento final antes de ser consumida pelo fogo; “Por Colher” retrata as relações entre casais que lidam com o amor e a consequente perda; “Pátria” leva o público pela viagem de um homem longe da sua família e em busca de uma vida melhor e “Dueto” é um estudo acerca da complexidade de uma pauta musical.
Projecto de intercâmbio
De acordo com Amy Marshall, este projecto de intercâmbio do CCM também foi bastante enriquecedor para a companhia norte americana, já que as duas bailarinas de Macau possuíam experiência e talentos muito particulares: Stella, com as suas raízes na dança chinesa, mostrou-lhes a beleza dos movimentos da dança tradicional do seu país; ao passo que Candy, que gosta de enveredar por formas mais experimentais e de incorporar diferentes media, deu à companhia mostras da sua curiosidade e fulgor. As duas bailarinas, por seu turno, sentem-se agora mais técnica e artisticamente inspiradas para produzirem as suas próprias coreografias no futuro. Stella Ho é de momento a vice-presidente e professora amadora de dança da Companhia Violeta, tendo começado a aprender dança a partir dos seis anos de idade, e formando-se através das técnicas básicas das danças chinesas clássica e folclórica na Companhia de Dança de Macau Dragão da Nuvem, na Trupe de Dança Estudantil da DSEJ e na Escola de Dança do Conservatório de Macau. Stella possui ainda um certificado de professora de dança chinesa concedido pela Academia de Dança de Pequim e tirou um curso de coreografia de três anos na Escola de Dança do Conservatório de Macau. Esta bailarina tem apresentado muitas das suas criações em diferentes edições do Festival de Artes e no Festival Fringe de Macau. Candy Kuok é um dos membros centrais da Associação Cultural e Artística Comuna de Pedra. Além de participar em mais de 30 produções em Macau e no estrangeiro, Candy é ainda uma professora de dança e uma coreógrafa regular para esta associação. Começando a aprender dança desde tenra idade, esta bailarina formou-se principalmente em ballet, e depois em dança moderna. Tem apresentado diversas peças nos Festivais de Arte e Fringe.
Workshops de dança
A CDAM é uma companhia de renome fundada pela directora artística Amy Marshall e pelo director executivo Chad Levy. Desde a sua fundação em 2000, a CDAM tem vindo a desenvolver extensivamente um programa educacional que inclui residências, cursos demonstrativos e workshops que visam educar o público sobre a arte da dança moderna. Entre 3 e 8 de Outubro, a CDAM vai visitar diversas escolas de Macau, onde irá apresentar várias demonstrações educacionais e workshops, dando ainda dois workshops de dança moderna em Macau: o “Workshop Introdutório de Dança Moderna” (no dia 3) e o “Workshop Avançado de Dança Moderna” (de 1 a 5). Este último destina-se àqueles que possuam conhecimentos sólidos de dança e incide sobre módulos como técnica moderna avançada, elementos coreográficos basilares, improvisação e uma introdução aos movimentos de Amy Marshall. O primeiro workshop foi criado para quem tem pouca ou nenhuma formação em dança, e mune os participantes com os elementos básicos da dança moderna, como coordenação muscular, o uso do espaço e da música, etc. Entretanto, a equipa da CDAM fará uma audição no dia 5 para seleccionar os bailarinos de Macau que vão participar na estreia da coreografia “Marés da Mudança”.
Texto CCM editado
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